“EVOLUA, CRESÇA, CONSTRUA, SEJA TÃO DIFERENTE QUE OS OUTROS PRECISARÃO LHE CONHECER DE NOVO!”
Constantemente, vemos profissionais de QSSMA focando em linguagens negativas, principalmente, pelas “fórmulas consolidadas”, estatísticas e por experiências passadas. Porém, é importante olharmos para o resultado que queremos ter e os que entregamos.
Indicadores estatísticos nem sempre são feitos de verdades absolutas, e o ser humano, por ser tipicamente ritualístico, precisa de algo para medir… então, por que não medir o “positivo”? Veja exemplos:
Por quê?
1. O Foco no Ambiente Traumático (ex.: Apresentação de Acidentes aos Colaboradores):
De acordo com estudos feitos por pesquisadores da USP, ambientes associados a um trauma – o local de acidente, por exemplo, vem a decodificar estímulos capazes de provocarem medos condicionados, paradigmas e temores associados ao local/locais ao ambiente traumático.
É comum que em locais onde ocorreram incidências de determinados fatos, estes ocorram novamente até que venhamos a criar outros significados para os tais fatos.
O medo é gerado a partir de percepções relacionadas ao nosso cérebro mais antigo (parte chamada de cérebro reptiliano, que vem dos répteis). Quando o medo passa pela segunda parte dos nossos cérebros (cérebro límbico, que passou a existir nos mamíferos – amor, sentimento…), é feita uma filtragem baseada nos nossos modelos de mundo e percepções, a partir daí, vem a ser fixado na região temporal (neocórtex, cérebro da inteligência), que é a parte mais racional – e nova, do ponto de vista evolutivo – do cérebro.
Exemplo: uma imagem, um som tido como perigoso vai, com determinada escala de sinal, desencadear reações de medo, tais como movimentos paralisados, pupilas dilatadas, arritmia cardíaca, dentre outras.
O pânico gerado por episódios recorrentes causa ansiedade e pode durar por muito tempo. É comum recusarmos a pensar e a andar – estado de choque.
Importante entenderemos que o Cérebro Reptiliano (cérebro vindo dos repteis) está localizado no tronco encefálico é uma das áreas da parte mais primitiva do cérebro. Esta também é a parte do cérebro responsável pelos nossos instintos de autopreservação e agressão.
Em um processo evolutivo, os mamíferos passaram a ter, na composição cerebral, o chamado sistema límbico, composto por uma série de estruturas responsáveis pelo substrato neuronal dos sentimentos e emoções.
A terceira parte do cérebro presente nos primatas e no homem é o neocórtex, responsável pelo raciocínio e inteligência.
Assim, se percebemos algo com a sensação de medo, imediatamente corremos, ficamos paralisados e sequer passamos para o estágio de dar significado mais racional para o fato.
Experimentos executados com animais de laboratório, feitos por profissionais pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, mostram que o medo fica condicionado ao local mesmo que a condicionante do medo deixe de existir. Uma vez criado um ambiente negativo, pessimista ou de pouco resultado positivo, toda a vez que se volta ao lugar, a sensação é revivida de forma inconsciente.
Onde os animais reviviam as condições que haviam sido expostos a experiências negativas, eles “congelavam seus movimentos”, “arrepiavam os pelos”, “tinham suas pupilas dilatadas”, “coração disparava”, urinavam e soltavam fezes de forma descontrolada. Ou seja, exibem todas as respostas típicas de quem se encontra diante de uma situação codificada pelo cérebro como de perigo, eliminando qualquer relação com o controle do risco.
O medo contextual exibido pelos ratos é análogo ao experimentado por uma pessoa que tem pavor do ambiente em que trabalha, de andar em espaços confinados, de estar exposto a altura, estar em locais mal iluminados, trabalhar em máquinas que acidentaram pessoas etc.
2. A química dos Neurotransmissores:
3. Novas funções
Por que é difícil controlar o medo e as emoções?
Amor, ódio, alegria, tristeza, medo e empatia são sentimentos aparentemente espontâneos do ser humano e que, por vezes, “aparecem” independente de nossas vontades. Sabemos que é mais fácil controlar a razão do que a emoção.
Ao analisar interconectores cerebrais, onde a razão e a emoção se iniciam a partir dos mais diversos tipos de estímulos, os neurologistas formularam uma teoria para explicar por que o ser humano tem dificuldade para dominar suas emoções – medo, entre elas, – ao passo que parece considerar-se o senhor da razão.
A chave para entender esse mistério está no fato de haver mais conexões nervosas ligando a amígdala (estrutura cerebral que é a chave na determinação de respostas físicas e comportamentais provocadas pelo medo e outras emoções) ao neocórtex (parte do cérebro responsável pelo pensar cognitivo e racional). Em outras palavras, a extensão da malha neuronal que leva informações da amígdala para o neocórtex é muito maior do que a quantidade de vias para fazer o percurso contrário. As duas estruturas se comunicam uma com a outra, mas essa comunicação é assimétrica, ou seja, durante os estados aversivos, as respostas emocionais predominam sobre a razão.
*Matéria adaptada para a ótica da Qualidade, Segurança, Saúde e Meio Ambiente e contextualizada a partir de estudos científicos de pesquisadores da USP Ribeirão Preto (Dr. Marcus Lira Brandão, Dra. Viviane Avanzi, Dr. Frederico Graeff).